Outra vez.

Enquanto tu fores feliz, eu serei também,
Pois de nada adianta te amar, se não me amares;
Se for para ser, seremos os dois;
Se não for, um adeus...
Foi bom enquanto durou, mas não durou para sempre
O que era eterno, acabou de uma vez;
Para sempre se foi.
Só ficou a saudade que dói, que machuca;
As lembranças em fim...
O amor é assim, um barco com dois remadores;
Quando um cansa, vem os dissabores,
Sem rumo, sem um propósito;
Fica tão esquisito, uma falsa embarcação,
Onde dois seres sofrem por uma ilusão...
Melhor nestes termos por fim, separar os corações,
E um dia quem sabe, lá num instante final!
Depois de tantas águas corridas, erros e dissabores,
Tudo possa outra vez, talvez
Recomeçar.

Roberto Corazza.